As últimas semanas têm sido de slow blogging por conta de tempo escasso, sorry pessoal 😎
No outro fim de semana, o vai e vem entre Petrópolis e Itaipava nos reservou agradáveis surpresas e confirmações. Subindo no sábado, encontramos Petrópolis cheeeia de “invernistas” curtindo o friozinho da serra. À tarde fomos para Itaipava encontrar com irmão e cunhada chegando diretamente de Sampa para almoço no Parrô do Valentim, parada obrigatória sempre que eles vêm a Petrópolis. É um restaurante de comida portuguesa, estabelecido numa casa simples, à beira da Estrada União Indústria. Chegando, vimos que o restaurante estava lotado com algumas pessoas em fila de espera, mas meu irmão já tinha conseguido uma mesa.
Na véspera, eu tinha passado na hora do almoço no Garcia&Rodrigues, e além do mil folhas de legumes com saladinha comi um bolinho de bacalhau que jurei tinha sido o melhor que provei na vida, além de crocante desmanchava na boca.
No Parrô para abrir os trabalhos meu irmão pediu bolinhos de bacalhau, simplesmente divinos, além de crocantes e no ponto certo, você morde só bacalhau da melhor qualidade. Daí tive que reconsiderar meu veredicto da véspera, os bolinhos do Parrô passaram ao 1o. lugar. O pedido seguinte foi um bacalhau com natas que veio em panela de barro, esplêndido que nos deixou suspirando. A quantidade é tão farta que dá para 3 pessoas. Já o cordeiro que meu irmão e minha cunhada pediram deixou a desejar. Como esqueci a câmera, não tirei fotos, então vocês se concentrem e imaginem um bolinho de bacalhau djilicia
No dia seguinte, a 1a. tentativa de reserva para o almoço foi o Locanda della Mimosa no Vale Florido que para nossa grata surpresa não fechou como havia sido anunciado. O Danio Braga, chef do Locanda deve ter se rendido aos apelos dos fãs incondicionais de sua mesa e até dezembro, é certo que continuará aberto para nosso deleite. Mas, não aceitava mais reservas para almoço, lotado. O restaurante tem 3 estrelas Michelin e é o único da América Latina que faz parte do Les Grandes Tables du Monde.
A 2a. tentativa foi a Pousada da Alcobaça, um verdadeiro paraiso em Corrêas, tocada pela D. Laura Góes. Conheci há dois anos, por intermédio do querido Riq, neste post no blog Viaje na Viagem. Só conseguimos reserva para mesa na varanda.
Ainda pela manhã, fomos brindados por este desfile de descendentes das famílias imigrantes alemãs em Petrópolis com seus trajes típicos que encerrava o Festival de Inverno de Petrópolis. Animadíssimo !
Incrível como este casal se equilibrava nos paralelepípedos e dançavam super rápido de um lado para outro.
Acompanhem o ritmo 😉
Ensaiadíssimos !
O bode não resistiu à fome e atacou a ornamentação 😉
Um príncipe de tão lindo.
Gracinha essa menina, concentradíssima, todo mundo fotografou.
Aí está o caminho de Petrópolis para a Pousada da Alcobaça em Corrêas, 20min de carro.
Foto do Lago de Nogueira por tacitobosco no Panoramio.
Foto de Itaipava por Doria Machado no Panoramio.
Assim que chegamos, aquele verde todo em volta, entre montanhas, silêncio total, respiramos fundo aquele ar do mais puro O2. Pinheiros imensos e eucaliptos gigantescos no terreno em frente, devem ter uns 100 anos. Vontade de abraçar as árvores e absorver aquela energia maravilhosa.
A bateria da câmera acabou no desfile e eu esqueci o carregador no Rio, portanto, usei as fotos da outra visita à Pousada em 2007.
Só conseguimos mesa na varanda, o que nos agradou, pois ficamos quase ao ar livre. A recomendação do dia era o lombinho assado no fogão à lenha, arroz e feijão idem, com farofinha e couve bem fininha, batata doce e banana da terra grelhadas. Bem, posso dizer que estava o máximo de gostosura, saborosíssima, delicioUs 🙂
A cozinha da D. Laura.
Comer nesta mesa é um luxo para poucos.
A D. Laura, acabou de lançar o livro “A cozinha da Alcobaça” que compramos na saída e ainda fomos brindados com sua dedicatória e o abraço amigo. O livro tem apresentação da Carla Pernambuco intitulada “Simples como o fogo” e peço licença para transcrever o 1o parágrafo : ” Quem cozinha pela vida afora acaba por descobrir que lidar com panelas e alimentos nos leva a compreensões muito particulares da existência. Quem nos vê com o olhar desligado enquanto debulhamos uma espiga de milho, mal sabe. Aqueles que nos flagram escorrendo uma massa com a expressão mais séria do mundo, sequer imaginam em qual altura anda o nosso pensamento ao “dirigir um fogão”. Pois é. A filosofia da cozinha é intrigante, séria e prazerosa, por ligar pensamentos ao procedimento mais básico do ser humano: o de alimentar-se para viver. ” O restante vocês lêm no blog dela aqui.
No livro A cozinha da Alcobaça da D. Laura, receitas e histórias que é delicioso de ler, ela conta sua história de vida, por ex: morou muitos anos em Sampa e foi dona de um colégio, o Gávea. E de uma maneira requintadamente simples como sua culinária, conta como o requinte pode ser simples. Reproduzo um trecho de um dos textos do livro:
Nossa ideia de requinte
Quando abri o restaurante da Pousada da Alcobaça, em 1992, em Corrêas, distrito de Petrópolis, na Serra Fluminense, alguns jornalistas definiram nossa cozinha como ” cuisine du terroir”: o feijão vem direto do produtor; os ovos, sempre frescos e de gema bem colorida, são de galinhas que comem milho e minhoca; os laticínios – creme espesso, requeijão, manteiga – vêm de pequenas fazendas dos arredores; e as verduras, as ervas, e os moranguinhos e outras delícias são cultivados em nossa horta. É graças à qualidade de seus ingredientes que a Serra atrai cozinheiros e gourmets e estabeleceu sua reputação como pólo gatronômico.
A ideia de terroir me agrada,mas para definir o estilo da nossa cozinha, prefiro dizer que somos especializados em simplicidade requintada. Isso significa que temos o máximo rigor com a qualidade da matéria-prima, com a combinação de sabores e texturas e com os tempos de cozimento de cada ingrediente. Simplicidade aliada a requinte significa também que julgamos nobres as matérias-primas em função da qualidade e não do exotismo. Considero feijão um ingrediente nobre, desde que tratado como tal, assim como aipim e farinha de mandioca, fubá e verduras baratas, como taioba e bertalha. Também classifico como requintados muitos pratos aparentemente despretenciosos, como nossa carne assada, o frango assado ( que nunca chamamos de poulet rôti ) e até certos sanduiches………….”
Já deu pra perceber a sabedoria da D. Laura 😉 Garanto que vocês vão se deliciar comprando o livro, à venda na Travessa e na Cultura.
Locanda della Mimosa – Condomínio Vale Florido, 30
Petrópolis – tel: (24) 2233-5405
Pousada da Alcobaça– Rua Agostinho Goulão, 298
Corrêas – Petrópolis –
Tel (24) 2221-1240 – Tel/Fax (24) 2221-3162
Parrô do Valentim – Estrada União e Indústria, 10.289 – Itaipava – tel: (24) 2222.1281
Onde se hospedar:
No Centro Histórico:
Pousada Solar do Império – Av. Koeller, 376 – tel: (24) 2103 – 3000 / 2242 – 0034 – a Pousada é instalada em casario totalmente restaurado.
Pousada Monte Imperial – Av. Koeller, 99 – tel: (24) 2243-4330
Hotel Casablanca – Rua da Imperatriz, 286 Tel: (24) 2242- 6662
Em Corrêas:
Pousada da Alcobaça – Rua Agostinho Goulão, 298 – Tel: (24) 2221-1240