2004 chegando ao fim, cabecinha estressada no trabalho pensando em férias, e volta e meia, virtualmente mergulhava nas fotos daquele mar verdinho de águas mornas, e andava nas praias de areia branquinha, de Alagoas.
Mas, e aí, férias pra onde ? Pensa daqui, imagina dali, Trancoso ? Comuruxatiba onde morava uma amiga de Bia que se mudou para lá e sempre convidava para passar uns dias. Praia do Forte ? Itacaré, Noronha ? Bem, quer saber ? Na dúvida, vai-se no certo, Pousada do Toque tinha sido tudo de bom, então não tem erro é pra lá que vamos. Aliás, encontramos hóspedes que voltaram pela mesma linha de raciocínio.
Em 2004 passei a acompanhar o Freire’s que tínhamos conhecido por intermédio da Sylvia, aquela hóspede paulista que aparece no post anterior. Aliás, é sempre bom lembrar, falando em voz bem alta para ele mesmo ouvir, o Riq foi o descobridor da Pousada do Toque e da Rota Ecológica !!
Reservamos com o Nilo 1 semana, a partir do sábado, 15 de janeiro de 2005. Só que nas 2 semanas anteriores choveu horrores e várias cidades em Alagoas ficaram alagadas (sem trocadilho) porque os rios transbordaram, não sei se vocês lembram ? Falava por e-mail com o Nilo que tranqüilizava, venham, essas inundações são nas cidades ribeirinhas. Vai não vai, uma colega de trabalho também ia para Alagoas, nosso santo foi forte, no dia em que embarcamos abriu um sol lindo, e na semana em que estivemos lá foi sol o tempo todo. Do avião, sobrevoando Sergipe e Alagoas, via-se o rio São Francisco grandioso e barrento desaguando naquele mar lindo verde, parecia que maculava um pouco.
O Manoel, motorista que fez nosso transfer para a Pousada, calmo que só ele, conversava o tempo todo e foi nos atualizando com as novidades. Chegando na Pousada, aquela alegria de estar no paraiso e junto àquele povo de fala mansa e risos largos. Maria Luisa e Gilda nos esperavam, upa, abraços saudosos. Depois, fomos para o chalet, desta vez o Bambu, quase igual ao do ano passado. Em seguida, bate na porta o querido JR com uma água de coco geladinha, bolo com sorvete e um expresso. Delicadezas do Toque.
Um pouco depois, um mergulho e uma caminhada até Porto da Rua.
Em frente à Porto da Rua, os barcos dos pescadores atracados
Volta-se com o sol sumindo, e essa paisagem.
A novidade, sempre tem uma novidade da Gilda, era uma tenda para massagem pertinho da praia, com palha, cortina de conchinhas, ao fundo barulhinho das ondas e uma paaaz.
Quando passamos vimos essa gracinha.
A Gilda em 2005 trouxe o Tom, massagista de um consultório de cirurgião plástico de Maceió. Para mim, foi o melhor massagista que conheci, fazia todas e bem, shiatsu, polarizada, ayurvédica, Jacobson, sueca, drenagem linfática. Você saia nova. E massagem no final do dia, com barulhinho do mar era tudo de bom.
Banho e jantar, comecei os trabalhos com lagostim e frutas grelhadas, o meu preferido e de sobremesa pudim de capim limão.
Domingo, praia e a diversão preferida dos moradores dos povoados, pescaria.
Viu, olhem os peixinhos
Acho que é o peixe folha
Caminhando, passei por esta placa, D. Gramática estava em férias 😉
Chegando em Porto da Rua.
Entrando em Porto da Rua pela praia.
Segui os pescadores e, taí a pescaria.
Eu achava que Olinda com suas igregas era uma jóia que eu tinha que conhecer, e afinal de contas estávamos relativamente perto. O Museu Brennand, em Recife também despertava muito interesse. Conversando com Nilo e Gilda, vimos que sim, era possível saindo cedo e voltando à noite. Tomamos café e saimos bem cedo, às 8:15h Flávio já nos esperava.
Atravessamos a balsa em Porto de Pedras sem demora.
Na balsa, saindo de Porto de Pedras.
Passamos por Japaratinga, a paisagem na estrada é linda assim, por muito tempo.
Ainda de manhã chegamos no Museu Brennand, em Recife, há 15 min do centro, o Flávio sabia direitinho como chegar. Pagamos R$4,00 (em 2005) o ingresso sem fila.
Eu não sei se vocês conhecem, o Brennand é artista plástico brasileiro. Conhecia suas cerâmicas e algumas esculturas de longa data por um vizinho nosso do prédio onde morávamos no Leblon, o Alberto Reis, arquiteto que era amigo do Brennand e representante de suas cerâmicas no Rio. Eu linkei sites da Oficina, onde vocês podem ler um breve histórico de seu trabalho.
O Museu superou as expectativas, é espetacular. Ao entrar há esculturas monumentais,
são milhares
distribuidas por jardins e galpões
Telas
Jardim projetado por Burle Marx, no lago cisgnes negros.
Muitíssimo bem organizado, padrão internacional. Indo à Recife, não deixe de visitar o Museu, e separe umas 2 horas para ele.
OLINDA É LINDA
Declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, pela UNESCO, em 1982.
Chegando em Olinda, uma joia mesmo. No Centro Histórico, os casarios, as igrejas, é tudo lindo. Fomos subindo aquelas ruas estreitas procurando o restaurande indicado pela Gilda, o Oficina do Sabor que por sinal tem uma vista linda. Dali seguimos a pé para visitar a Catedral e o Mosteiro de São Bento. Há meninos guias que se aproximam, explicam direitinho a história do Mosteiro que foi construido no século XVI, destruido pelos holandeses em 1631. Até a informação de que o altar todo em ouro esteve em exposição no Museu Guggenheim, em Nova York, em 2002 o menino sabia. Apontou uma pintura à esquerda como sendo a mais antiga. Aliás, a idéia de treinar os meninos para guias achei excelente, deveria ser copiada nas outras cidades.
Desculpem, as fotos não estão boas, são da era pré-Nikon, a Sony Cybershot 3.2 pé de boi.
O Mosteiro de São Bento é o mosteiro beneditino mais antigo do Brasil. O altar é realmente belíssimo e é o maior do Brasil.
Na saída, comprei medalhinhas de São Bento que têm cunhada de uma lado, a cruz e do outro, a imagem de São Bento. Não sei se vocês sabem, esta medalha é uma proteção, o próprio monge que vendia as medalhinhas dizia isto. Uso sempre.
Os guias mirins na saída esperam uma gratificação ao nosso critério, trabalham direitinho merecem incentivo. Dá-se com prazer.
Seguimos para o Convento de São Francisco. Quando o Flávio estacionou o carro, aproximou-se um rapaz e eu pensei, ih vamos ser assaltados. Que nada, oferecia o serviço de guia. Seguiu-me o tempo todo, dando todas as informações sobre o convento franciscano mais antigo do Brasil, cuja construção foi iniciada em 1585. Disse ele que os escravos assistiam a Missa do lado de fora da Igreja.
O claustro e azulejos portugueses.
Abaixo do piso deste pátio, há uma cisterna que recolhe a água da chuva, reparem a caimento do piso para o meio, onde há umas fendas.
A Sacristia é lindíssima.
A vista de Olinda, do pátio do Convento.
Saimos de Olinda de olho nos casarios e fomos à Casa da Cultura, em Recife, antigo presídio, onde vendem artezanato.
As grades foram mantidas.
Organizado, bem instalado numa construção muito interessante. Ainda passaram alguns grupos com bonecos mascarados dançando o frevo.
A maquete da Casa.
Saimos já à noite de volta para São Miguel dos Milagres. Chegando em Porto da Rua, no meio da pracinha há um armário com uma TV comunitária. À noite abrem as portas e o povo assiste a novela. Uma graça.
No dia seguinte
esnorkeando nas piscinas naturais
Vocês estão vendo que em um ano nada mudou, as praias continuam preservadas. Aliás, quando caminho por lá, viro fiscal 😉 Se encontro garrafas pet na areia, recolho e deposito em lixeira de Porto da Rua. Caminhando no ano passado, vi um homem com uma rede em volta do corpo que recolhia garrafas e ia colocando dentro dessa rede. Cada um fazendo um pouquinho, a praia se mantém só com algas, conchas e peixinhos.
Importante: em 2005, a Pousada do Toque já constava do Roteiro do Charme, coroando o trabalho de Nilo e Gilda, que investem tudo na Pousada. Quando saimos, recebemos nosso passaporte !